Obras aprovadas por moradores de Mariana têm previsão de início em 2020 e devem ser concluídas em sete meses
Uma audiência pública, realizada no dia 11 de novembro, aprovou a proposta de revitalização da Praça Gomes Freire, conhecida como praça do Jardim. O projeto, que teve adesão da maioria dos marianenses presentes, respeita a essência histórica do bem público e se adapta às novas realidades.
A ação faz parte dos compromissos firmados entre a Fundação Renova e Prefeitura de Mariana e está dentro do plano de investimento de R$ 100 milhões anunciados pela instituição ações de compensação no município. Agora, são aguardadas as licenças do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compat) e da própria Prefeitura de Mariana para o início das obras, marcado para 2020 e com previsão de término em sete meses.
Com participação popular e uma consulta prévia ao Iphan, a proposta considerou os aspectos históricos da praça, desde a sua construção, no final do século 19, como também a inclusão, a acessibilidade, melhoria na iluminação, paisagismo, mobiliário, preservação dos lagos e ponte, além da restauração do bebedouro, coreto e busto de Gomes Freire.
O envolvimento dos marianenses aconteceu nas três etapas do processo de aprovação do projeto: audiência pública de apresentação do pré-projeto (1 de outubro), na visita guiada (3 de novembro) e na audiência de aprovação (11 de novembro). A ideia é que a participação popular se estenda para o acompanhamento da obra.
Hebe Rôla, professora emérita da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e presidente da Casa de Cultura – Academia Marianense de Letras, durante a visita guiada, contribuiu com sua rica história de relação com Mariana. Ela enfatizou a importância da permanência da Ponte dos Suspiros no projeto: “Ali, quando os namorados se desentendiam, iam para lá suspirar e lavar as mágoas. Então, conversei com o paisagista e expliquei para ele o significado do monumento. A permanência da Ponte dos Suspiros nos agradou muito’’, diz a moradora de Mariana.
A partir da discussão dos moradores do entorno da praça e de outros bairros de Mariana, representantes da Prefeitura, do Conselho Municipal de Patrimônio Cultural (Compat) e da Fundação Renova, os técnicos responsáveis pelo projeto acolherem a vivência e opinião da população. Algumas propostas não foram aceitas pela população e não serão incorporadas ao projeto, como a construção de bancos contínuos em volta dos lagos e a implantação de um palco em frente a um restaurante.
Lígia Pereira, de Relações Institucionais da Fundação Renova, destaca a importância da obra. “Parte do investimento mais amplo da Fundação Renova em Mariana, a revitalização da Praça do Jardim, que tem um significado muito especial para os marianenses, vai deixar esse bem público e cultural com condições de representar a história da cidade”, diz.
“Agora, é esperar que tudo dê certo, de acordo com os nossos entendimentos respeitados pela Renova. Nós ficaremos eternamente gratos porque é importante para nós preservar esse pedacinho da nossa história”, afirma Hebe Rôla.
Compensação
O investimento é uma medida compensatória prevista no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta TTAC, documento que estabelece as medidas de reparação e compensação em função dos impactos do rompimento da barragem de Fundão.
Outros investimentos foram anunciados em julho de 2019, durante a cerimônia Dia de Minas, na carta Hora de Avançar, dirigida aos marianenses. Acesse o site da Renova e conheça todas as próximas ações: (https://www.reparacaobaciariodoce.com/noticia/hora-de-avancar-carta-aberta-a-populacao-de-mariana/).
Outras intervenções na praça Gomes Freire:
- Ativação e realocação do bebedouro e do busto de Gomes Freire para o canteiro de flores em frente à Casa do Bispo
- Construção de rampas de acesso à praça
- Construção de bancos tipo arquibancada, de frente para os comércios e bares
- Construção de um piso ao redor do lago inferior e reforma da ponte dos suspiros
- Plantio de hortênsias e rosas de Santa Terezinha nos canteiros
- Aumento do número de bancos de madeira
Sobre a Fundação Renova
A Fundação Renova é uma instituição autônoma e independente constituída para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. Entidade privada, sem fins lucrativos, garante transparência, legitimidade e senso de urgência a um processo complexo e de longo prazo. A Fundação foi estabelecida por meio de um Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado entre Samarco, suas acionistas, os governos federal e dos estados de Minas Gerais e do Espírito Santo, além de uma série de autarquias, fundações e institutos (como Ibama, Instituto Chico Mendes, Agência Nacional de Águas, Instituto Estadual de Florestas, Funai, Secretarias de Meio Ambiente, dentre outros), em março de 2016.