Reparação Bacia do Rio Doce

UFV e Fundação Renova assinam acordo de cooperação para ações de conservação da fauna na bacia do rio Doce

Publicado em: 05/08/2022

Biodiversidade , Território Alto Rio Doce , Território Médio Rio Doce

Projeto de conservação e manejo de espécies ameaçadas de extinção terá início neste mês

A Fundação Renova, junto com a Universidade Federal de Viçosa (UFV), dará início ao projeto de conservação e manejo de espécies da fauna ameaçadas de extinção na bacia do rio Doce, em Minas Gerais. Coordenado pelo professor Fabiano Melo, Prof. Doutor da Universidade Federal Viçosa, o projeto teve um acordo de cooperação assinado em junho e vai ao encontro das estratégias traçadas no Plano de Ação para Conservação da Biodiversidade Terrestre, que tem o objetivo de, em 10 anos, recuperar as populações e restaurar os habitats das espécies-alvo com ocorrência dentro da área de escopo do programa.

Apoiada pela Sociedade de Investigações Florestais (SIF), a parceria tem duração prevista de 48 meses e tem como meta contribuir com diagnóstico, proteção e melhora do status de conservação de algumas espécies da mastofauna e avifauna terrestres ameaçadas de extinção, além de fomentar programas de conservação dos saguis-da-serra e integrar a comunidade local nas ações de conservação, conciliando conhecimento, ciência e turismo ecológico. Culminando também em ações de manejo no Centro de Conservação dos Saguis-da-Serra (CCSS), um criadouro científico especializado em pesquisa e conservação dos Callithrix spp. (nome científico dos saguis). 

Dividida em três subprojetos, a ação será executada por equipes distintas: 

  1. Pesquisa e conservação da fauna ameaçada do alto e médio rio Doce: focado em mapear a ocorrência de algumas espécies-alvo, monitorar populações e comunidades, investigar a viabilidade de populações e o grau de ameaça regional dessas espécies, projetar o potencial invasivo dos saguis (espécie de primata do gênero Callithrix spp.) invasores, ou seja, que não são típicos da região, e apoiar a definição de áreas e ações prioritárias para a conservação regional das espécies-alvo.
  1. Manejo integrado de grupos de sagui-da-serra-escuro (Callithrix aurita), sagui-da-serra-claro (Callithrix flaviceps) e seus híbridos: com o objetivo de planejar e realizar o manejo integrado (na natureza e no CCSS) de Callithrix spp. nativos, invasores e híbridos.
  1. Ciência Cidadã, Educação Ambiental e Ecoturismo: subprojeto com a finalidade de promover a educação ambiental sob valores de conservação da fauna nas regiões amostradas. Este, contudo, terá início quando os projetos de pesquisa estiverem mais avançados.

A iniciativa de pesquisar os saguis começou quando Abílio Vilela, representante dos atingidos e membro ativo da CT-Bio, informou que a comunidade estava avistando indivíduos de saguis próximos ao rio, na região de Rio Doce/Santa Cruz do Escalvado e que poderia se tratar do Callithrix aurita. Por conhecer a fundo o Plano de Ação para Conservação da Biodiversidade Terrestre, sabia que se tratava de uma espécie-alvo do Plano e que um trabalho de conservação seria importante na região. Paralelamente, ele contatou o professor Fabiano Melo, referência em pesquisas de primatas no Brasil, que esteve no local com sua equipe e de fato constatou a ocorrência de uma população de C. aurita. A demanda foi estudada pelo Grupo de Apoio Técnico (GAT) do Plano de Ação para Conservação da Biodiversidade Terrestre e todos foram a favor da elaboração e implementação deste projeto.

Para amostrar as diferentes localidades e ambientes contemplados no Plano de Ação, o projeto será executado em três blocos espaciais: a região do alto rio Doce, na Zona da Mata mineira, a região do médio rio Doce e, mais a leste, na região do Parque Estadual dos Sete Salões (PESS), no vale do rio Doce, também em Minas Gerais. 

 

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3 comentários

    Olá boa noite? Gostaria de saber o que foi feito, para reparar os estragos, provocados pelo rompimento da barragem de Mariana?

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    Olá, Maria de Lourdes. A Fundação foi criada para implementar os 42 programas estabelecidos no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado em 2 de março de 2016 pela Samarco, Vale, BHP e Governos Federais de Minas Gerais e do Espírito Santo. Queremos assegurar que a reparação das áreas impactadas seja executada por uma fundação regida por uma governança avançada e com regras rigorosas de transparência e integridade.
    As definições das medidas compensatórias adotadas acontecem de modo plural, envolvendo várias instituições, sendo que nenhuma delas tem controle absoluto.
    Você pode conhecer mais sobre a Fundação Renova e seus programas, acessando: https://www.reparacaobaciariodoce.com/a-fundacao/.

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    Olá, boa noite!
    Gostaria de saber se será implantado, por exemplo, viveiros de peixes nativos da nossa bacia do Rio Piranga/Doce, como o “surubim do Doce (nome cientifico:Steindachneridion doceanum) que praticamente já estava em vias de desaparecer antes do acidente e outros peixes como corvina e curumatã…

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