Reparação Bacia do Rio Doce

Renova Esclarece: obras no reservatório da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga)

Publicado em: 22/07/2019

Renova Esclarece

A Fundação Renova esclarece que conduz as obras no reservatório da Usina Hidrelétrica Risoleta Neves (Candonga) com tecnologia de ponta e utiliza materiais com qualidade atestada em laboratórios credenciados. A entidade segue as melhores soluções e práticas de engenharia em todas as obras de infraestrutura realizadas para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão. A Fundação assegura que não há risco de rompimento nas estruturas que receberão o rejeito dragado do reservatório. 

Todos os projetos de engenharia da Fundação são auditados por instituições, órgãos ambientais e também por auditorias independentes dos Ministérios Públicos Federal e Estadual. O projeto inicial em Candonga previu a construção do dique principal e do dique intermediário para tratamento do rejeito que será retirado da região da UHE (área compreendida entre a usina e o barramento). 

A limpeza do reservatório, iniciada em fevereiro de 2016, é uma operação complexa. Dar à usina condições de retomar sua operação envolve soluções de engenharia inovadoras e inéditas que viabilizaram, até março de 2019, a retirada de cerca de 959 mil metros cúbicos de material que estava depositado em um trecho de 400 metros em Candonga. Essa etapa deverá ser concluída em 2020.

As obras do dique intermediário, contudo, foram canceladas devido a uma falha geológica, que imediatamente foi corrigida, estabilizada e monitorada por equipamento sismográfico. Conforme avaliado e atestado por especialistas e órgãos públicos, a intervenção foi suficiente e não há riscos de ressurgimento da falha naquele local. A manutenção desse dique intermediário no projeto foi extinta após avanços do projeto e alteração da legislação aplicável.

O dique principal foi inicialmente construído até a cota de 366 metros (a cota final era de 390 metros) e, devido à chegada do período de chuva, a execução foi paralisada. É importante destacar que obras que implicam movimentação de terra (estradas, diques e barramentos) não são executadas em período chuvoso devido a riscos de segurança, como possível carreamento de sedimentos. Portanto, de outubro a março, essas intervenções não podem ser realizadas, o que impacta no cronograma. 

A Fundação reforça que, entre priorizar cumprimento de prazo, segurança ou cuidados com o meio ambiente, sempre optará pela segurança e a proteção ambiental. Após o período chuvoso, a Fundação recebeu, inclusive, um laudo da auditoria independente do Ministério Público Estadual de Minas Gerais que atestou a qualidade das obras executadas e manutenção das estruturas em Candonga com máxima segurança. 

O rompimento de Fundão, um desastre sem precedentes no país, exigiu um aprendizado do ponto de vista de engenharia jamais visto. Além disso, importante pontuar que a legislação de barragens sofreu significativas alterações em janeiro de 2019. Seguindo a essa mudança, a Fundação alterou o conceito geral do processo e o dique principal também foi extinto, com a adoção de estruturas menores e com menor risco operacional. O material é dragado da represa e encaminhado, com o apoio de dois conjuntos de boosters (estação de bombeamento), para duas ensecadeiras, onde o material é decantado. O efluente líquido é drenado para sumps (pequenos diques) e depois encaminhado para bacias, onde será devolvido tratado e filtrado para o rio Doce, enquanto o rejeito será empilhado a seco na Fazenda Floresta – propriedade adquirida em 2016 para receber parte dos rejeitos acumulados em Candonga –, uma solução mais moderna e segura.

A adequação do projeto, em conformidade com as alterações legislativas recentes, foi inclusive apresentada à Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad).

A Fundação destaca que todas as decisões e medidas de engenharia que foram ou serão tomadas em Candonga são previamente comunicadas aos órgãos públicos e à comunidade. A entidade viabiliza visitas regulares de representantes da comunidade do distrito de Santana do Deserto e circunvizinhas e das Comissões de Atingidos, as instalações e obras. Nessas visitas, são explicados conceitos, condições de segurança geotécnica e operacional das estruturas e status dos serviços.

O compromisso com a comunidade é um princípio das ações da Fundação. Em fevereiro deste ano, a Renova e a Superintendência de Projetos Prioritários da Semad assinaram um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que possibilita a continuidade das atividades de manutenção, controle e gestão ambiental na Fazenda Floresta até a emissão da licença de operação corretiva.

O TAC prevê, dentre diversas ações compensatórias, a construção de um centro de fisioterapia, a aquisição de ambulância, recuperação de vias urbanas e rurais e implantação de Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em Santana do Deserto. 

A Fundação Renova assegura que a obra não oferece risco à comunidade de Santana do Deserto, pois as estruturas atuais são estáveis e não possuem condições irregulares, segundo atestado por órgãos públicos e auditorias externas. As novas estruturas que serão construídas foram reduzidas e, com isso, os riscos de possível rompimento foram eliminados. A entidade reitera o seu compromisso com a comunidade na construção de medidas que contribuam para a promoção do processo de reparação.

Este conteúdo foi útil para você?

7 comentários

    Dar um jeito de resolver com nois aki de Rio doce mg que tamos com cadastro finalizado i tamos esperando a tempo:;alem de nois t perdido renda ai agora pra piorar ;temos que pagar um aluguel altissimo por conta dessa tragedia;;ate quando vamos t que sofre

    Responder

    Olá, Vinicius. Como informamos, entendemos a sua posição e garantimos que estamos trabalhando para que todos os atingidos sejam indenizados e tenham suas perdas reparadas. Todas as informações e o esclarecimento de dúvidas sobre o seu processo são fornecidas por meio dos nossos Canais de Relacionamento, uma vez que prezamos pela confidencialidade das informações dos atingidos, que são sigilosas e não podem ser informadas em redes sociais públicas. Entre em contato pelo telefone 0800 031 2303, no Centro de Informações e Atendimento (CIA) da sua região e também no Fale Conosco, em nosso site: https://www.reparacaobaciariodoce.com/fale-conosco/.

    Responder

    Boa noite a todos,

    Muito interessante as explicações fornecidas pela Fundação Renova relacionadas ao processo de retirada de sedimentos aportados no lago ou cota de inundação da UHE Risoleta Neves, mais conhecida como Usina de Candonga.

    Veja que após o desastre de rompimento e curso da lama até esta área, devam ter sido poucos minutos para que a massa sedimentar tenha atingido o vertedouro e passado para o lado de jusante, seguindo o curso até o Doce…

    Reporto que quando da análise da viabilidade ambiental deste empreendimento, através dos EIA/RIMA e PCA’s, muito se demandou, especificamente em estudos e cálculos para se determinar a vida útil deste reservatório, que se não me falhe a memória, foram estimados em 42 anos.

    Posteriormente, outros tantos estudos por parte da FEAM para se confirmar estes cálculos e relacioná-los ao impacto ambiental previsto, sem sequer passar por nossas mentes tudo que aconteceu e que se trataria, na verdade, de não mais que poucos minutos.

    De qualquer forma e evidentemente não entrando no mérito dos prejuízos sociais e ambientais, tem-se pontos positivos que podem servir de balizamento para outras situações.

    Agora o que resta é estudar os resultados e continuar com os trabalhos após o próximo período de chuvas, visto que mensura-se os eventuais e permanentes riscos que estão em serviços semelhantes.

    Em face ao exposto, sugere-se à esta Fundação Renova a aplicação de uma metodologia atualmente muito adotada em visualização de imagens de solo, o uso do GPR (Ground Penetrating Radar) em algumas seções transversais assoreadas.

    Utilizei esta metodologia por 4 anos em um reservatório de abastecimento da RMBH, este impactado por sedimentos de minerações de maneira a se verificar o aporte de sedimentos e correlacioná-los com os também aportes de nutrientes vindos de área de produção de hortifrutigranjeiros adjacente.

    Os resultados foram extremamente interessantes em toda a cadeia biótica, ictiofaunística, física e socioeconômica e acreditamos continuam a ser processados para este e tantos outros reservatórios de utilidade pública/privado em operação.

    Concluindo, talvez fosse este um interessante caminho a se adotar e expandido de forma a se buscar soluções para a sempre assoreada Bacia do Rio Doce. Abraços.

    Responder

    Olá, Ricardo. Obrigada pela sua mensagem. Nossa equipe vem trabalhando para garantir que toda reparação e compensação dos danos causados pelo rompimento da barragem cheguem às pessoas e comunidades atingidas, de Minas Gerais e do Espírito Santo. Esse trabalho requer total dedicação, para entender e aplicar as melhores soluções para cada necessidade. Continue acompanhando nossas ações em nossas redes sociais e no https://www.caminhodareparacao.org/.

    Responder

    Em candonga estão fazendo o correto, estão dragando o rejeito e segando, nas represas de Aimorés e Masgarenhas , estão fazendo justamente o contrário, esperam a época das enchentes para fazer o que fizeram este anos, abrem todas as comportas para o rejeito descer, e com a força da água estão destruindo as margens e ilhas do Rio Doce, derrubando toda a vegetação e assoreando ainda mais o já sofrido Rio Doce. As empresas igual Vale, Alliança e EDP, só falam em produção de forma sustentável, mas na verdade só visam lucro e não se importam com as consequências causadas por suas atividades.
    Fica duas perguntas que levarei para o Ministério Publico Federal.
    1) Porque em Candonga eles estão dragando o rejeito e nas outras duas Usinas eles soltam rio abaixo, causando prejuízo aos ribeirinhos e a natureza
    2) Porque não soltam a lama quanto o Rio esta mais seco, para não causar tantos danos a natureza, já que antes do desastre de Mariana as enchentes por si só não causavam danos aos ribeirinhos.

    Responder

    Olá, Jaime. Desde dezembro de 2020 as ações de recuperação da UHE Risoleta Neves/Candonga passaram a ser de responsabilidade da Samarco.
    Sendo assim, recomendamos que você entre em contato com os canais de atendimento da empresa para possíveis esclarecimentos.

    Você pode acompanhar sobre as ações da Fundação Renova em nosso site e nas redes sociais.

    Responder

    As minhas perguntas não foram respondidas, Quero saber porque a renova não draga o rejeito que ficou nas usinas de Aimores e Mascarenhas , como é feito na usina de Candonga .
    O rejeito que é liberado destas usinas na época das cheias está destruindo a margem do Rio Doce e Ilhas e deixando rejeito.
    A correnteza do Rio aumenta muito quando as comportas são abertas para liberar o rejeito e destrói as ilhas e margem do rio, assoreando o mesmo

    Responder

Deixe seu comentário