Reparação Bacia do Rio Doce

Pesquisadores da UFLA e UFABC discutem, em bate-papo ao vivo, estudos sobre as propriedades do rejeito

Publicado em: 17/07/2018

Uso Sustentável da Terra

A conversa acontece na quinta-feira, 19 de julho, às 14h, pelo youtube

Um desafio como o da reparação só será superado com a colaboração dos mais variados setores da sociedade. O diálogo é uma das principais ferramentas para que todo o conhecimento produzido nesse processo, por pesquisadores independentes e pela própria Fundação, seja ampliado. O ‘Diálogos: No Caminho da Reparação – Uso Sustentável da Terra’ é o primeiro de uma série de encontros virtuais que serão produzidos ao longo dos próximos meses pela Fundação Renova para trazer atualizações e informações sobre as ações de recuperação dos danos causados pelo rompimento.

Os estudos mostraram que a lama não é tóxica | Foto: Nitro Imagens

Nesta edição, os professores Bruno Lemos Batista, da Universidade Federal do ABC (UFABC), e Soraya Alvarenga Botelho, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), falarão sobre os suas pesquisas sobre a capacidade de recuperação das áreas degradadas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG).  A conversa acontece ao vivo, na quinta-feira, 19 de julho, às 14h.

As pesquisas

Saber os níveis de metais tóxicos e a capacidade de regeneração de plantas no rejeito. Foi com esse objetivo que especialistas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP e da Universidade Federal do ABC (UFABC), liderados pelo professor Bruno Lemos Batista, do Centro de Ciências Naturais e Humanas da UFABC, estiveram em Bento Rodrigues logo após o rompimento da barragem, para coletar amostras de solos não atingidos pela lama e de lama vinda da barragem.

Os primeiros resultados já mostraram que o rejeito apresenta baixas concentrações de substâncias tóxicas, mas também poucos nutrientes. Os testes foram conduzidos com o cultivo de arroz – alimento básico para o consumo humano e conhecido pelo acúmulo de substâncias tóxicas – nas amostras coletadas. Para compensar as dificuldades de crescimento e rendimento dos grãos, os pesquisadores adubaram o solo com matéria orgânica e utilizaram solo sedimentar, o que melhorou a condição para seu desenvolvimento.

Na Universidade Federal de Lavras (UFLA), outra investigação está sendo feita para avaliar se as espécies da região são capazes de germinar, crescer e sobreviver adequadamente sobre o material constituído pela lama. Pesquisadores coordenados pela professora Soraya Alvarenga Botelho, do Departamento de Ciências Florestais, coletaram mais de 50 espécies nativas e recolheram um caminhão de rejeitos para conduzir o estudo nas dependências da Universidade.

Com o estudo ainda em andamento, os pesquisadores já conseguiram constatar que, mesmo algumas espécies tendo dificuldades em germinar as sementes diretamente sobre o resíduo, elas não demonstraram nenhuma toxidez, nenhum problema de crescer sobre o rejeito.

Para saber mais sobre o encontro, acesse a página do evento.

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