Reparação Bacia do Rio Doce

Famílias do Espírito Santo vão receber apoio para desenvolver ações de restauração florestal

Publicado em: 25/05/2022

Restauração Florestal , Território Baixo Rio Doce , Território Foz do Rio Doce

Ações de produção rural sustentável também serão realizadas em assentamentos nos municípios de Alto Rio Novo e Águia Branca

A Fundação Renova, em parceria com o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas, está desenvolvendo ações de restauração florestal em Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de recarga hídrica na bacia do rio Doce. O projeto “A Educação como Agente de Mudanças: Agroecologia, Participação e Sustentabilidade para Assentamentos Rurais e Instituições na Bacia do Rio Doce” será realizado ao longo de dois anos, com aproximadamente 140 famílias dos assentamentos Rosa de Saron, Boa Esperança, Beija-flor e Laje, localizados nos municípios de Alto Rio Novo e Águia Branca, no Espírito Santo.

Cerca de R$3,9 milhões serão destinados para a realização das atividades, que incluem assistência técnica participativa para as famílias, auxílio na elaboração de estratégias e alternativas para o desenvolvimento rural sustentável e melhoria da qualidade de vida da comunidade local. Além disso, serão abordados temas como restauração de paisagens e conservação dos recursos naturais com a participação de parceiros regionais.

Comunidade

Segundo Vanessa Silveira, responsável técnica pela educação ambiental e comunicação do projeto no IPÊ, as estratégias de engajamento e envolvimento comunitário são desenvolvidas por meio da integração com as famílias e parceiros locais. As atividades buscam torná-los protagonistas nos processos de transformação socioambiental para que se apropriem do conhecimento e da tomada de decisões. Essa metodologia implica no fortalecimento da identidade e apropriação da comunidade local para que as famílias se identifiquem como atores fundamentais na preservação ambiental e ressignificação das suas práticas cotidianas”, conta.

As estratégias construídas coletivamente possibilitam ações que promovam a restauração da paisagem, conservação dos recursos hídricos e melhorias na qualidade de vida.

Para Vanessa, o interesse por parte da comunidade local em restaurar suas áreas é perceptível, tanto pelos assentados, quanto pelos parceiros locais. “O envolvimento da comunidade está acontecendo de forma muito assertiva. As lideranças comunitárias constroem as estratégias em conjunto com a equipe e estão engajadas para a realização das ações. Há uma grande expectativa para uma maior intervenção dentro dos assentamentos e nas propriedades envolvidas”, comenta.

Parceria

O estabelecimento de parcerias possibilita o fortalecimento das ações para ampliação e futuras intervenções no território. De acordo com Antônio Sérgio Cardoso Filho, analista de Desenvolvimento Sustentável da Fundação Renova, a parceria entre a Fundação Renova e o IPÊ vai além do apoio operacional. “É um trabalho de assistência técnica participativa para que os técnicos identifiquem as potencialidades locais e ouçam os proprietários sobre seus históricos de cultivo, habilidades e anseios”, diz. Além de uma radiografia atual do uso do solo nessas localidades, a parceria vai ampliar o nível de capacitação para que as áreas se tornem Unidades Demonstrativas. “A ideia é trazer modelos de Sistemas Agroflorestais (SAFs) que poderão ser aplicados em outras áreas da bacia do rio Doce”, comenta.

IPÊ

Fundado oficialmente em 1992, o Instituto de Pesquisas Ecológicas é considerado uma das maiores ONGs do Brasil. Com sede em Nazaré Paulista, em São Paulo, conta com mais de 100 profissionais trabalhando em mais de 30 projetos por ano, na Mata Atlântica, na Amazônia, no Pantanal e no Cerrado. Em 1996, o Instituto criou o CBBC – Centro Brasileiro de Biologia da Conservação, para cursos de curta duração, que evoluiu, em 2006, para a ESCAS – Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade, oferecendo Mestrado Profissional e Pós-Graduação. O IPÊ é responsável pelo plantio de quase 6 milhões de árvores na Mata Atlântica e beneficia mais de 200 pessoas com alternativas de produção sustentáveis. Além disso, suas pesquisas científicas beneficiam seis espécies da fauna de maneira direta.

 

9 comentários

    Gostaria de receber apoio governamental ou privado para reflorestar uma area rente a duas nascentes de agua.

    Alguem pode me ajudar?

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    Olá, Geraldo. A Fundação Renova é a entidade responsável pela mobilização para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG). Trata-se de uma organização sem fins lucrativos, resultado de um compromisso jurídico chamado Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC). Ele define o escopo da atuação da Fundação Renova. Segundo o TTAC, o município de Jaboticatubas (MG) não faz parte das localidades atendidas pela Renova, o que inviabiliza efetuarmos o apoio solicitado.

    Você pode acompanhar outras iniciativas da Fundação Renova, acessando: https://www.reparacaobaciariodoce.com/.

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    Estranho estas ongse outros projetos que tanto exigem restauração florestal quecde certa forma é necessário se for feito com estudo geológico e de origem das nascentes. Existe estes projetos em outros países? Por que só no Brasil essa paranoia ambiental? Por que nos outros países, não tem reserva legal e areas de preservação permanente? Qual a avaliação científica em um lote que tem sim as preservaçoes mínimas sem exigências de porcentagem e as com? Tem estudo científico de um imóvel preservar 10% de reserva em vez de 20%, seu rio ter 14 m de APP em vez de 60m? Sou engenheiro florestal formado na UFPR em 1976. E daí me expliquem?

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    Olá, José. Gostaríamos de esclarecer que a Fundação Renova é uma entidade autônoma e sem fins lucrativos, responsável pela mobilização e execução da reparação dos danos provocados pelo rompimento da barragem de Fundão.
    A Fundação foi criada para implementar os 42 programas estabelecidos no Termo de Transação e Ajustamento de Conduta (TTAC), assinado em 2 de março de 2016 pela Samarco, Vale, BHP e Governos Federais de Minas Gerais e do Espírito Santo. Queremos assegurar que a reparação das áreas impactadas seja executada por uma fundação regida por uma governança avançada e com regras rigorosas de transparência e integridade.
    As definições das medidas compensatórias adotadas acontecem de modo plural, envolvendo várias instituições, sendo que nenhuma delas tem controle absoluto.
    Você pode conhecer mais sobre a Fundação Renova e seus programas, acessando: https://www.reparacaobaciariodoce.com/a-fundacao/.

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    A narrativa de sempre. Sem fins lucrativos. Que piada. Estes aspectos e assuntos devem ser objeto de algo mais técnico e dirigidos por engenheiros florestais único profissional habilitado. Agora com relação às empresas envolvidas são muito ricas e corre muito dinheiro. E por falar nisso quem controla a conta dos milhões de reais das multas? E qual o saldo dela? Quer diser fazem todo serviço de restauração de graça? Por favor. Que piada.

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    ledo engano, nao só eng florestais militam na area, pois por si so a disciplina de restauração é interdisciplinar

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