Reparação Bacia do Rio Doce

Entenda as diferenças entre os monitoramentos da qualidade da água do Rio Doce, foz e água marinha e da balneabilidade

Publicado em: 14/06/2017

Monitoramento da Água

Fundação Renova analisa os impactos causados pelo rompimento da barragem de Fundão sobre a qualidade de água e sedimentos ao longo do Rio Doce

Existem diferentes métodos e objetivos para cada tipo de análise da qualidade das águas de oceanos, rios e praias. O trabalho de monitoramento da qualidade da água em diferentes pontos do Rio Doce, foz e água marinha, realizado pela Fundação Renova, foi definido com base nas orientações de órgãos ambientais que compõem as Câmaras Técnicas, criadas para acompanhar, monitorar e fiscalizar a execução das ações geridas pela instituição, segundo o Termo de Transação e de Ajustamento de Conduta (TTAC).

A coleta e análise da qualidade da água realizada atualmente pela instituição inclui os parâmetros relacionados a íons, nutrientes, metais totais e dissolvidos bem como análise de sedimentos, que incluem parâmetros físico-químicos convencionais e metais totais. O objetivo principal é identificar os impactos causados pelo rompimento da barragem de Fundão sobre a qualidade de água na zona costeira e verificar se as ações realizadas ao longo do rio Doce estão resultando em melhorias na qualidade de água e sedimentos. Neste processo, são produzidos relatórios técnicos entregues aos órgãos ambientais competentes para avaliação dos resultados, além de serem divulgados por meio do site: http://www.reparacaobaciariodoce.com/arquivos-e-relatorios/.

Todo o trabalho de monitoramento da Renova faz parte do escopo do Programa de Monitoramento Quali-Quantitativo Sistemático da Água e do Sedimento (PMQQS), que prevê a análise mensal da zona costeira do Espírito Santo, na profundidade de 10 metros. O programa não inclui o monitoramento e a emissão de laudos referentes à balneabilidade das praias, já que essa é uma ação exclusiva do poder público.

Até o final de fevereiro de 2016, a Fundação também realizou análises de parâmetros biológicos, como coliformes termotolerantes e Escherichia coli, porém em pontos da área costeira afastados da praia, que não refletem a metodologia de monitoramento de balneabilidade, conforme determinado na Resolução 274 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Os resultados indicaram uma elevação de coliformes termotolerantes e Escherichia coli com a chegada do rejeito, possivelmente porque foram carregados pela alta vazão no rio. No entanto, essas águas retornaram rapidamente às condições anteriores ao rompimento. A presença de coliformes não está associada aos rejeitos, pois são característicos de esgotos domésticos.

MONITORAMENTO DE BALNEABILIDADE 

O monitoramento da balneabilidade avalia se a água está própria para a recreação de contato direto e prolongado. De acordo com a Resolução 274, de 2000, do Conama, o indicador básico para a classificação das praias quanto à sua balneabilidade é a densidade de parâmetros microbiológicos, como coliformes fecais (termotolerantes), Escherichia coli ou enterococos.

Para isso, devem ser realizadas coletas nos pontos de praia com a maior concentração de banhistas, na profundidade de 1 metro, com frequência semanal, para posterior avaliação dos parâmetros microbiológicos.

Diferentes fatores podem alterar os parâmetros de balneabilidade, como despejos domésticos nas proximidades, existência de córregos que deságuam no mar, fisiografia da praia, ocorrência de chuvas e condições de marés.

A PRESENÇA DOS REJEITOS NO MAR 

Com o rompimento da barragem de Fundão, em novembro de 2015, houve uma vazão maior do Rio Doce e consequente elevação dos parâmetros microbiológicos no mar, o que pode alterar a balneabilidade. Porém, houve diminuição desses parâmetros com o passar do tempo, voltando a condições anteriores ao evento.

Apesar disso, ainda existem rejeitos depositados no fundo do leito e na foz do Rio Doce, que interagem com o mar próximo à foz. Essa situação, juntamente com diversos fatores – como marés, ventos, ondas, correntes, chuvas, secas e alterações climáticas – afeta a dispersão dos rejeitos. Porém, a análise de composição química, conduzida pela Renova, mostrou que os rejeitos na água possuem classificação inerte, ou seja, não contêm componentes tóxicos e não apresentam periculosidade, de acordo com a Norma brasileira de Classificação de resíduos sólidos (NBR).

TRANSPARÊNCIA E DIÁLOGO

A Fundação Renova preza pela transparência e pelo diálogo com as comunidades impactadas e com a sociedade em geral. Fomos procurados por alguns internautas nas redes sociais sobre a divulgação de dados relacionados ao monitoramento da balneabilidade no litoral capixaba e, por esta razão, elaboramos este texto explicativo sobre as diferenças entre monitoramentos e detalhamento das ações realizadas pela instituição. Estamos à disposição para esclarecer quaisquer dúvidas sobre este assunto.

Deixe seu comentário