Ações fazem parte do monitoramento atmosférico das obras de recuperação
As medidas de controle da qualidade do ar em Barra Longa e no distrito de Gesteira, em Minas Gerais, ganharam reforço nos últimos meses com a utilização de um caminhão-varredor e de dois canhões aspersores de névoa para a umectação das vias urbanas, canteiros e acessos não pavimentados. “Além de aspirar o pó, os equipamentos umidificam a rua, evitando que as partículas de poeira sejam suspensas pela passagem dos veículos”, afirma Pedro Ivo, que atua na Gestão Ambiental dos programas desenvolvidos pela Fundação Renova. O trabalho já vinha sendo realizado por caminhões-pipa, com capacidade de 10 mil e 20 mil litros, que continuarão sendo usados como parte do monitoramento atmosférico das obras de recuperação.
O calçamento das ruas também é vistoriado periodicamente, com limpeza das vias centrais e canaletas e recolhimento dos resíduos. Essa é uma forma de minimizar a dispersão de material particulado liberado pelas obras de infraestrutura urbana em Barra Longa, como a reforma da Praça Manoel Lino Mol e da Avenida Beira Rio, já entregues à comunidade.
Outra medida que contribui para a redução da propagação da poeira é a revegetação de taludes à margem dos rios e de áreas expostas. “A vegetação protege o solo da erosão causada pela água da chuva e evita que o vento carregue material particulado”, explica Pedro Ivo. Até o momento, o plantio de gramíneas já foi realizado em 808 hectares.
Além disso, estão em estudo novas metodologias e tecnologias alternativas para melhorar ainda mais os controles ambientais. Testes com polímeros, produtos supressores de poeira à base de macromoléculas de origem vegetal, foram feitos em três tipos de vias (não pavimentada, asfaltada e de calçamento), com o conhecimento da prefeitura. Aplicado em superfícies naturais, ele produz uma melhor estabilidade química das características estruturais do solo e controle da emissão de poeira, sem riscos à saúde, à segurança e ao meio ambiente.
Trabalho de controle da qualidade do ar em Barra Longa (MG). |FOTO: Divulgação
MONITORAMENTO
A estação de monitoramento da qualidade do ar de Barra Longa mede a concentração de particulado em suspensão na atmosfera e analisa se os resultados atendem aos parâmetros estabelecidos pela legislação ambiental do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). A cada hora, é emitido um relatório com a quantidade média de material encontrado durante o período. Também são avaliados aspectos meteorológicos, como umidade relativa do ar, velocidade e direção dos ventos. “Esses dados são cruzados com os resultados do monitoramento e ajudam a mapear as fontes de emissão de material particulado, contribuindo para que as conclusões sejam mais assertivas e o controle mais eficaz”, esclarece Pedro Ivo.
No mês de outubro, as concentrações de Partículas Totais em Suspensão (PTS) superaram, em alguns dias, o limite estabelecido pelo Conama, que é de 240 mg/m3, em razão da finalização das obras de infraestrutura nas regiões centrais da cidade, como a troca de calçamento da Praça Manoel Lino Mol, que impediu que a área fosse molhada. No entanto, após a entrega, os resultados do monitoramento diário retornaram à normalidade dos índices de PTS.