Reparação Bacia do Rio Doce

Bacia do rio Doce terá monitoramento de fauna e flora terrestre

Publicado em: 18/07/2018

Biodiversidade Terrestre

O trabalho é mais um esforço para identificar, descrever e reparar os impactos provocados pelos rejeitos da barragem de Fundão

Cerca de 200 profissionais irão monitorar a fauna e flora terrestres de toda a bacia do rio Doce. O estudo é mais um esforço para identificar, descrever e reparar os impactos provocados pelos rejeitos da barragem de Fundão, em Mariana (MG).

Serão coletados dados dos mais diversos organismos, de invertebrados – como minhocas e abelhas – a mamíferos de grande porte, como antas e onças, incluindo animais relacionados a ambientes aquáticos, como cágados e jacarés, e as plantas.

O estudo ainda vai mapear o uso e a ocupação da terra, ajudando a identificar a distribuição e situação dos remanescentes florestais na área | Foto: Nitro Imagens

Executado pela empresa Bicho do Mato Meio Ambiente, contratada pela Fundação Renova, o monitoramento será dividido em campanhas semestrais que poderão se estender por até dez anos. Os pesquisadores utilizarão o método Rapeld, que permite colher amostras de forma adequada das comunidades biológicas em áreas extensas, ao mesmo tempo em que diminui a variação de fatores, como temperatura e umidade, que afetam essas comunidades. É a primeira vez que a metodologia está sendo usada em larga escala na bacia do rio Doce.

Além de avaliar a estrutura, a composição e a abundância de espécies da fauna e flora, o monitoramento também vai detectar os níveis de metais residuais em vertebrados e invertebrados, na flora terrestre, nas ilhas fluviais e no solo ao longo do rio Doce. O estudo ainda vai mapear o uso e a ocupação da terra, ajudando a identificar a distribuição e situação dos remanescentes florestais nesta área.

Para o responsável pelas ações de Biodiversidade da Fundação Renova, Bruno Pimenta, a análise pode ajudar na restauração florestal. Por meio da coleta de dados, será possível definir as áreas para a recomposição de matas.

Outro dado importante desse monitoramento é a interligação com o monitoramento aquático. “É necessário que os dados sejam vistos de forma integrada depois de algum tempo de coleta de informações. No momento, vemos como principal interface a correlação entre a estrutura das florestas e a qualidade dos solos e das águas, pois são fatores interligados. A condição dos solos é, em grande parte, determinada pelo estado de conservação da vegetação. Já a qualidade da água é muito influenciada pelos solos. Essa água escoa para o mar, então, é interessante conseguirmos traçar relações entre esses diversos fatores para entendermos a evolução da qualidade dos ambientes nestes diversos compartimentos”, disse Bruno Pimenta.

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